domingo, 6 de setembro de 2009

Assunto: 6/9 dia do sexo




(USE CAMISINHA)


(Legendas: @verde- rubricas / @vermelho - Antônia / @vermelho entre parêntes - pensamentos de Antônia / @azul - Ivan / @azul entre parêntes - pensamentos de Ivan / Considerações iniciais: não medi as palavras nos pensamentos porque.. gente... em pensamentos não medimos nossas palavras)











Antônia e Ivan na mesa de trabalho em pleno sábado de manhã, lá pelas 10h, tendo que trabalhar até as 16h daquele dia. Os dois sem planos pro feriado de 7 de setembro. Antônia, bem bonitinha, mas nada segura de si, e seu amigo Ivan, sanguinário conquistador de mulherzinhas desavisadas e uma companhia nada agradável longe do escriório, são colegas de trabalho, nada mais. Nunca rolou nenhum clima até que...





- (O gato do Ivan e eu sozinhos em nossa mesa, é agora) Ivan! Sabe que dia é amanhã? É dia da conjunção carnal! (estou me oferecendo em termos jurídicos, como sou otária!)...





- (Conjunção carnal é sexo em linguagem jurídica? Por quê?) É mesmo, não é? (é hoje, meu querido, é hoje) [Aproximando-se de sua colega com a cadeira, falando baixo.] Antônia, eu sei que amigo é amigo, companheiro sexual é companheiro sexual, mas estou sem planos pra hoje, não quer comemorar comigo? (se ela disser não, falo que estou brincando. Não vou perder nada mesmo, ela nem é tão bonita assim)





- (nossa, achei que ele ia ser mais sutil... gostei!) Ah, poderia ser até... (hora do cu doce) [Se afastando] se você conseguir me seduzir, tô dentro.





- (não, eu que estarei dentro) Ótimo, mas você não quer esses negócios românticos, né?!





- (que otário, sexo bom é sexo casual) Não, não... Isso é para dia dos namorados, dia do sexo é dia do sexo e não vamos confundir as coisas. (odeio jantar romântico sem romance, e o Ivan é gato, mas não é muito bom de papo)





[Chegando mais perto] (Ufa) Como é que pode uma menina tão bonita como você está sem companhia em cima da hora, assim?





- (Não estou, otário, estava me guardando pra você. Pergunta impertinente. Começou a putaria. [sorrindo] Engraçado como ele nunca tinha me olhado antes de eu falar sobre sexo) Estou estudando muito, tem muitos trabalhos na faculdade... Tô meio sem tempo pra fazer social. E ultimamente os homens andam obcecados por mulheres excêntricas! (diga que é obcecado por mim que eu faço coisas que eu nunca pensei em fazer antes)





- (ô mulherzinha que fala! Tá bom, mulher, já entendi.) Eu te acho muito sedutora (te comeria fácil), nunca te disse isso porque (tenho mulheres mais bonitas pra tentar comer) tenho medo de me rejeitar, mas como amanhã é dia do sexo (e não tenho ninguém em mente a não ser a minha ex que vai decidir hoje a noite se quer ou não fazer mais um extra conjugal), pensei que podíamos comemorar (já que parece uma eternidade que não dou uminha, mesmo essa eternidade tendo sido fim de semana passado, no milésimo remember com minha ex).





[Silêncio por um momento]





- [Sorrindo] (ah, claro, vai mentir lá na puta que pariu, seu mané. Se eu não tivesse sem sexo por... deixa os números pra lá... eu nunca ficaria com você) pois bem que eu concordo com uma comemoração nossa, mas [falando mais baixo] não podemos contar pra ninguém (eu não quero passar por otária conquistada pelo Ivan-ninfo-maníaco).





- Ah, claro, fechado. Onde você mora mesmo?





- Ali no Ibirapuera, perto do shopping, sabe?





- (Ai, caralho, olha onde eu vou me enfiar, não ando por aqueles lados! Pelo menos a garota mora bem) Ah, claro, você quer me encontrar em algum lugar ou o que?





- Não sei, onde você está pensando em ir (motel! Motel! Motel e você paga!)?





- Você sabe que eu moro com uns amigos meus, né?! Numa república?





- (Ah, eu adoro a época da faculdade!) Ah, é mesmo? Não sabia não. Onde?





- No Paraíso. Que tal me encontrar lá? Mando eles pra fora!





- (Paraíso ele vai sentir quando tiver comigo, hehe... ou não, ai...) Paraíso, é?[olhando pra ele como se falasse o que estava pensando “paraíso ele vai sentir quando estiver comigo”] (Será que o playboy não vai nem me buscar em casa?)[fazendo charme] não sei se tenho como ir... Meu carro está com meu pai enquanto arrumam o dele... (filho da mãe, eu já vou dar, nem pra me buscar?) [pensando]





- (acho que ela tá interessada, vou investir) Eu te busco então. Só que eu sou um pouco exigente e... (ela não tem cara nenhuma de fazer o que vou exigir, melhor ficar quieto antes que...)





[interrompendo] Exigente sou eu, (quero dar pra valer a pena, tanto tempo que não dou uma boa) e sabe que já ouvi falar bastante sobre você?! (já ouvi falar que ele é conquistador, nunca ninguém me disse sobre ele na cama) Não sou de fazer fofoca, mas já fizeram propaganda sua pra mim. (acho que nem conheço ninguém que já deu pra ele, uma mentirinha não custa nada)





- (Quem falou essa mentira! Nunca fiquei com nenhuma conhecida dela... ela acha que eu já, mas é mentira!) [sorrindo nervoso] Jura? E o que falaram?





- (mais uma mentirinha ah ah ah) Que você é bom. Quero só ver. (Panaca... se não valer a pena eu me mato) [voltando ao trabalho]





(aí, agora fodeu. Se já falaram de mim é porque alguma coisa tem! Ela deve conhecer algum brother meu que eu menti falando que fiquei com alguém, preciso descobrir. O problema é que eu me garanto na conquista, mas na hora eu fico muito nervoso e acabo fudendo tudo, menos a mulher... bom, mas ela não precisa saber disso, qualquer coisa eu falo que estou envolvido emocionalmente... é melhor ser trouxa do que brocha!)





(coitado, ele acha que me engana. Ele ser pegador é fato, mas acha que me engana com essa conversa de exigente... Eu não me garanto na conquista, mas na hora é mais que garantido. Se ele for bom, vou dar tudo de mim, se não, deixo ele continuar pensando que sou uma careta! Vamos ver a noite, né?!)





De repente, toca o celular dela... É uma mensagem. “sei que está em cima da hora, e você já deve ter planos, mas vamos sair hoje a noite? Estou te devendo uma saída que prometi. Topa? Rica” Respondeu “sim, me liga mais tarde! Beijos” (se os dois me ligarem, eu escolho na hora, mas qual a chance? Aposto que vai dar em nada esse Ivan parece ser frouxa e o Rica... com o Rica nunca dá certo... quantas vezes já tentamos...)





- você me liga (doce ilusão)? [passando um papel com o telefone dela]





- claro! [sorrindo com os dentes] (se não tiver nenhuma outra gostosa na parada, gata)





Um pouco mais tarde, Ivan também recebe um SMS: “gato, sei que te recusei ontem, mas eu topo sair com você, vamos? Lívia”





(Há, duas numa noite? Vou pegar as duas! Uma hoje, outra amanhã já que segunda é feriado! Tem mais minha ex, a Amandinha-gostosa. Ah! Muleque! [se olhando na tela do computador apagada] Como você é foda.)





A noite, Rica e Antônia saíram. Ivan e Lívia também. Nossos dois personagens principais nunca mais falaram sobre esse assunto. Detalhe: Naquele dia, Antônia transou, Ivan não, que ficou no 5 contra 1.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Pêlos Brancos

Nunca fui à viagem mais chata que essa. Minha mãe é a protegida do chefe e fomos todos para o sítio dele. Ela fez questão que eu fosse não sei o porquê, ela sabia que eu ia ficar entediada e poderia aprontar. Levei muitos livros, revistas, meu computador e meu Ipod pra ver se o tempo passava mais rápido.


Não tinha ninguém da minha idade, mais próximo dos dezessete só dois pirralhos, um de doze e outro de dez. Não tinha muita gente, só o pessoal do RH da empresa em que minha mãe trabalha. O dono da empresa e sua esposa. O chefe da mamãe, que é viúvo, e sua nova namorada. Mais dois casais que desconheço quem são e o que fazem lá. E o pai das crianças, um dos coroas mais novos de lá e sua noiva, uns dez ou quinze anos mais nova.


Nunca tinha me interessado por homens mais velhos, sempre namorei ou tive casos com pessoas da minha idade ou dois ou três anos mais velhas, não que eu enxergue problema nisso, de jeito nenhum, várias amigas minhas ficam com homens mais velhos – e às vezes até casados – mas comigo nunca tinha acontecido. Quando eu o vi entrando na sala, nem consegui prestar atenção no meu livro porque ele não era bonito como os caras com quem eu saio, mas ele era realmente interessante...


Eu só podia estar louca, pensei na hora. Ou será que era carência e falta do que fazer que havia me dado vontade de fazer coisas de louco? Comecei a prestar mais atenção nas apresentações formais do que no que eu estava fazendo. Ouvi dizer que as crianças eram dele e que estava noivo da mulher que estava com ele, e que a mãe dos filhos dele casou há um ano com um americano, e é claro que isso tudo tinha sido dito pelo cara que eu desconheço, mas sei que ele era o mais sem noção possível. Entretanto foi bom para eu saber de sua origem.


Ele veio me cumprimentar com um aperto de mão, mas eu logo levantei e tasquei um beijo em sua bochecha, sem malícia, é claro. Ele cheirava bem e tinha um jeito de velho excêntrico ou metido a meninão. Tinha pelo menos uns 45 anos, certeza. Ele estava sem camisa e dava pra ver seus pelos brancos pelo corpo inteiro e quando virou, vi no topo de sua cabeça um cabelo tornando extinto. Sua barriga era saliente, mas nada desagradável. O que me incomodava nele, na verdade, era a noiva que estava atrás dele o tempo todo.


Logo que cheguei, tinha escolhido meu lugar de leitura numa rede em frente ao quarto em que eu e minha mãe ficamos que dava para o jardim da frente. E ali permaneci sem fazer esforço algum para me enturmar ou mostrar entusiasmo. Ele deixou a noiva-chiclete e os dois filhos com as outras pessoas. Passou por mim até chegar na cozinha e me sorriu. Sorri de volta, como se nada tivesse acontecendo. Voltou sem nem ter entrado no cômodo. Passou bem perto de mim, como se olhasse o que eu estava lendo ou pior, meu decote ou minhas pernas. Ele se sentou bem em frente onde eu estava em outra rede.


Ficou me olhando como se quisesse puxar assunto, então eu o fiz:


- Você é do departamento da minha mãe?


- Sou sim. Trabalho com ela há 3 anos. Já ouvi falar de você, mas achei que você era mais nova, Antônia.


- Certo. Legal. – Fiquei vermelha.


- Adoro o livro de Woody Allen.


- É o primeiro que eu leio, estou gostando.


- Vou pegar uma cerveja, quer uma?


- Minha mãe não sabe que eu bebo. Sussurrei.


Ele riu. Odeio que riem de certas circunstâncias. Eu não bebia na frente dela para ela não achar que eu sempre faço isso, o que aconteceria se ela descobrisse. Surpreendeu mais quando ele disse:


- Posso saber o que mais você faz que sua mãe não sabe?


- Eu fumo.


- Cigarro? Isso mata!


- Eu sei, papai!


Ficamos em silêncio, eu sei que meu pai não agiria assim comigo se ele soubesse que eu fumo, ele simplesmente não falaria nada, mas os pais, estereotipicamente falando, falariam exatamente isso, mas acho que ele não entendeu porque agiu como se meu pai falasse assim comigo.


- O que mais?


- Mais nada, eu disse. “Fumo maconha e faço sexo, seu coroa cara-de-pau, algum problema?” pensei.


- É... E saiu.


Quando ele chegou, abriu a cerveja e pegou do bolso um maço de cigarro e um isqueiro ridículo com a bandeira do Brasil estampada.


- Filha da mãe, você fuma! Faz mal.


- Eu sei, mamãe.


Nossa, que engraçado que ele era – HÁ HÁ HÁ - Eu quase caí da rede quando ele disse aquilo. Nossa. Que imbecil. Que idiota. Que gostoso que ele estava bebendo e fumando. Isso sim, eu sempre me interessei pelos malandrinhos que bebem e fumam, talvez seja por isso que eu entrei nessa vida de boêmia. Eu tinha que me concentrar: ele tinha noiva e ela estava bem ali, tinha dois filhos e eles eram só 5 anos mais novos que eu. Como será que era o resto que eu não vi debaixo daquela roupa, fiquei pensando. Concentre-se, pare de pensar nisso.


- Quantos anos você tem, menina?


- Dezessete, e você? – Nossa, que pergunta idiota para se fazer para um tiozão.


- Não se pergunta isso para pessoas da minha idade.


- Ah, você ainda é moço.


- Já passei dos quarenta.


- Até chegar aos 50 dá para o gasto.




Ele riu e agradeceu. Saí de lá e guardei meu livro e Ipod. Estava interessada em conversar com ele e descobrir mais sobre suas expectativas para comigo. Fui dar um pulo na piscina, onde encontrei seus dois filhos brincando. Eu até gosto de criança, mas não me vejo sendo a nova mamãe dessas. Cruz credo. Tomei uma ducha e logo pulei. Quando eu saí, ele estava lá, sentado em um das cadeiras de piscina, perto dos filhos. Fumando, bebendo e me olhando. Além de já estar com vontade de fumar, estava com vontade dele.


Minha mãe estava com a noiva dele na sala, jogando buraco, coitada dela. Como ela estava ocupada e distraída, fui até o quarto e peguei minha bolsa. Penteei meu cabelo para disfarçar, sentei na cadeira atrás de uma árvore e peguei meu maço de cigarros, que só tinha dois. Acendi o primeiro. Fumei o mais rápido que pude para que minha mãe não me pegasse com a boca na botija. Ele olhou pra mim e piscou. Nada respondi.


Ele levantou de onde estava e foi tomar uma ducha, que era próximo de onde eu estava, a água caindo em seu peito escurecia seus pêlos e ao apreciá-lo, esqueci de toda situação. Dei por mim quando ele puxou a sunga para molhar o que quer que tenha dentro dela e bem nessa hora, olhou para mim. Desviei o olhar. Ele percebeu que fiquei encabulada. Riu, desligando o chuveiro e pulou na piscina. Babaca! Vou processá-lo por corrupção de menores. Ou sedução, o que cabe mais no meu caso. Virei a cerveja dele que estava esquentando. Fumei meu último cigarro e percebi que se eu quisesse fumar de novo, teria que pedir para ele. Bufei e ele, saindo da piscina, ouviu.


- Fala garota.


- Falar o que? Acabou meu cigarro.


- Eu trouxe dois maços, mas se quiser, podemos ir à cidade para comprar o seu.


- Não, obrigada.


- Chata.


- Eu?


Ficamos em silêncio. Porque eu era chata? Chato era ele que tinha noiva e era todo gostoso. Duvido que as crianças e a noiva dele fossem para cidade com a gente. Ele estava louco para me atacar de qualquer jeito e ainda viu que eu dava bola, aí sim. De jeito nenhum queria ficar sozinha com ele, se não, eu podia não me aguentar. E o evitei o máximo que consegui até a noite.


Quando todos foram dormir, inclusive ele, coloquei para assistir o filme que levei em DVD. Um romance policial, meu preferido. Fiz uma pipoca de microondas, e quando estava quase acabando, ele levantou para “pegar um copo d água”, como ele se referiu.


- Ei, pequena, não devia estar dormindo?


- Não. Estou assistindo um filme.


- Já está acabando?


- Sim, faltam 10 minutos. Disse sem tirar os olhos da tela.


- Perdi o sono. Disse-me encostando-se ao sofá do lado.


- Pensando em mim? Sorri olhando pra ele.


- Talvez. Está calor.


Acabando o filme e a pipoca, enquanto eu arrumava o sofá, tirava o DVD do aparelho e desligava tudo, ele foi buscar um maço fechado de cigarros e algumas cervejas na cozinha e me pediu, com a cabeça, que o acompanhasse. Fui atrás, rezando para conseguir resistir qualquer coisa que pudesse acontecer. Já se passava das duas da manhã e o jardim não ficava perto de nenhum quarto, portando pudemos conversar, beber e fumar o quanto quisemos.


Conversamos durante quatro horas e nessa altura já tinha bebido mais de cinco latas de cerveja e tínhamos fumado todo o cigarro do coroa. Conversamos sobre vários assuntos nada a ver, e algumas vezes ele soltava umas indiretas – bem diretas - sobre meu corpo ou sobre minha maturidade. Falamos um pouco sobre sexo, mas não comentei sobre minhas experiências, mas ao mesmo tempo, não me fiz de santa. Ele me revelou sua idade verdadeira, quarenta e um. E de sua noiva, trinta e três. Não era assim, tão mais nova que ele. Ele era um coroa realmente gostoso e gente boa, mas consegui resistir à tentação quando ele se aproximou do meu ouvido e disse “você é realmente gostosa.” E eu disse “sai pra lá, seu velho, vai pegar minha mãe” e comecei a rir pedindo desculpas.


Ele levou na brincadeira e disse que ia dormir, estava quase clareando e ainda tínhamos que nos livrar das latas de cerveja – doze ao total – e eu, do cheiro de cigarro e de minha calcinha úmida até minha mãe acordar. Não que ela fosse ver ou sentir minha calcinha, isso foi só uma piada que eu contei para ele. Jogamos as latas na lixeira de trás e mandei ele pra dentro que eu ia pular na piscina. Tirei minha blusinha e minha saia e pulei de calcinha. Já estava sem sutiã, não gosto muito deles. Mergulhei e quando voltei à superfície, ele estava na sala me olhando, apontando pra baixo – idiota – e rindo. Mostrei o dedo do meio pra ele e ele um beijo pra mim e saiu.


Como o vento da manhã estava gelado, saí logo e me sequei com minha roupa e fui dormir. Acordei lá pelo meio dia e ele também. Estranharam mas não relacionaram nossa sincronia. Era nosso último dia e fomos simpáticos um com o outro, mas ele se mostrou mais incomodado do que eu, por eu não ter feito nada de errado e ele, claro, ter pisado muito na bola com sua noiva. Ele disse que nunca tinha traído ela, mas até parece que eu acreditei.


Ao se despedir de mim, pedi para que ele não contasse para minha mãe nada do que acontecera na noite anterior. Ele pediu que, pelo amor de Deus, eu também. Eu agradeci os cigarros e ele apontou para a bochecha dele como se pedisse um beijo. Coisa de “TIO” fui fazer a vontade dele, e ele virou o rosto. Não fui na dele e o beijo pagou na ponta dos meus lábios. Apenas sorri e disse tchau, passando a língua nos meus lábios de olhos fechados. Quis provocar. Consegui. Ele tremeu e eu fui embora.


Depois de uns dois dias ele me ligou em casa e pediu o número do meu celular, que eu não passei. Disse que não pensou em outra coisa nos últimos dias a não ser em mim e que eu tinha o deixado louco. Eu disse que não foi nada, que deve ter sido a vontade de estar com uma menina bem mais nova e não nada que não passasse rápido. Ele perguntou o que eu tinha causado nele. Eu respondi curta e grossa:


- Tesão, só isso.


- Duvido. Você sairia comigo qualquer dia desses?


- De jeito nenhum...


Conversamos durante mais cinco minutos até eu me cansar e desligar o telefone. Ele era realmente muito legal e gostoso, se ele fosse solteiro eu poderia sair com ele, mas esse lance de noiva, dois filhos e ex-mulher, a mãe dos filhos, não era comigo, muito problema pra uma cabeça só. Foi legal enquanto não tinha nada pra fazer. Foi interessante enquanto ele era o único cara com quem eu podia conversar abertamente. Só que agora, de volta à cidade, com certeza encontraria caras muito mais interessantes, sem pêlos brancos ou careca aparecendo. O problema é que continuo carente. Alguém se candidata?

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Orgasmo natural

 Na tarde de domingo de carnaval, minutos antes do sol se pôr, fui me refrescar do calor quase insuportável que fazia na praia deserta e abafada do litoral de São Paulo. A paisagem se limitava a uma montanha em cada lado do mar com seu horizonte profundo e o céu em três ou qutro tons de azul em dégradé.


Ao mergulhar no mar calmo quase sem ondas, meu corpo se debruçava nele de costas, boiando mesmo contra minha vontade e me acalmava como sempre fazia. Deitada sem pensar em nada, sentia as ondas me beijando e o salgado se assemelhava com o gosto de suor dos impessoais desconhecidos com quem eu faço alguma espécie de amor.


Percebi que as ondas vinham em cima do meu corpo com vontade e paixão, o sol estava se escondendo, parecia envergonhado, mas ao iluminar todas as cores, as realçavam: o verde das árvores das montanhas, os tons de azul do céu e o verde claro da água. Poucos raios restavam para ser testemunha do prazer que estava tendo naquela praia.


Entendi que o mar queria me ter. “Será que não é pecado?” Pensei. Claro que não, a natureza está lá para aproveitá-la. Sentia a água batendo diretamente em cada parte do meu corpo, como se estivesse totalmente nua. Comecei a me oferecer para que o mar me usasse como ele sempre sonhou em usar uma mulher. Estava me sentindo como num quarto de motel, mas a sensação era muito melhor.


Sentia o vento gelado nos dedos dos pés, no joelho, na minha barriga, em meus seios e em meu rosto que não estavam sendo cobertos pela água e quando vinha uma onda e eu expirava para a água não entrar em meu nariz, perdia a concentração e um pouco do que eu estava sentindo, mas o arrepio era tão forte que a sensação voltava novamente e eu ficava cada vez mais excitada.


Eu estava à procura de um orgasmo que nunca tinha tido. Ele não dependia de homens ou mulheres, imagens ou sons, Acessórios ou toques eróticos. Não dependia nem mesmo de mim, era algo totalmente químico e físico, nada psicológico. O mar era a maior fonte de excitação que eu já experimentara e eu queria que aquilo durasse para sempre.


A cada onda que cobria meu corpo inteiro e me pressionava para baixo, era semelhante, mas muito melhor, quando um homem me penetrava. Eu inevitavelmente soltava gemidos e sentia que o orgasmo estava cada vez mais próximo. Meu corpo endurecia e me arrepiava, gemia às vezes baixo, às vezes um pouco mais alto.


Quando senti meu corpo inteiro fazendo parte da natureza, o prazer chegou ao auge e durou pelo menos uns três segundos. O sol foi deixando o último rastro de luz, eu me contorcia, uma onda veio violenta e espumante e me cobriu toda, o que só aumentou meu prazer, como se o mar tivesse ejaculado em cima de mim. Os verdes das montanhas ficavam mais escuros e o calor do orgasmo e o frio do vento e da água acusavam que a sincronia entre meu corpo e o mundo estava completa.


Ao sair do mar, parecia que ele me acompanhou como um legítimo cavalheiro, até a ponta. Mesmo o homem mais gentil com quem eu já dormi, não foi mais do que o mar. Se despediu de mim molhando minha panturrilha com uma água fria e mesmo com vontade de ficar mais, fui me afastando de lá.


Quando encarava as pessoas, por estar extasiada e contente, parecia que me olhavam como se soubessem. Os homens pareciam que sabiam e percebiam meu sorriso malicioso, mesmo tentando disfarçar. As mulheres pareciam não entender e me olhavam com inveja. A única semelhança ruim do mar com os homens é que depois eu tentei repetir o que tinha acontecido e não consegui, ele não deixou acontecer de novo. E eu pensando que ele era diferente.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

amiga é pra isso mesmo.



  No fim de semana, saí com uma amiga para um bar dançante e ela me disse que é lésbica. Eu nunca tinha percebido, ela é muito discreta. Não soube o que dizer na hora, mas não por ter algum preconceito, por que era a mesma coisa se ela tivesse contato que tinha ficado com o cara mais nerd que estudou com a gente no colégio. Uma coisa inesperada, mas normal. Só não sabia o que dizer.


Eu fiquei em silêncio por um momento, mas não pensava nada demais, mas ela ficava me questionando sobre meus pensamentos e se não ia mudar nada entre nós e é claro que não vai. O que eu sinto por ela é único e nós somos amigas há dez anos, ela é uma das únicas para quem eu corro quando eu preciso e vice versa.


Ela disse que estava se sentindo mal por ter me contado, que eu não precisava saber. Eu disse que se ela não me contasse, sim, ia ser uma falta gravíssima para nossa amizade, então ela sorriu, tomando mais um drink e olhando a pista. Eu perguntei pra ela porque ela me contou aquilo bem naquele dia e ela me contou que estava namorando. Sinceramente, eu achei a coisa mais fofa que uma amiga pode ter feito comigo. Sabe, provavelmente sou a primeira das amigas a saber sobre sua homossexualidade e sobre a tal namorada.


Ela estava muito incomodada com aquilo e eu por ela estar incomodada. Não sabia o que fazer para ela saber que estava tudo bem. A noite foi ficando mais agitada e o bar mais cheio. Enquanto dançávamos, uns meninos vieram conversar com a gente, e ela conseguiu se soltar mais com eles. Eu estava achando bonito o jeito que ela dançava e conversava com os garotos, me tirou a imagem, o pouco que restava, de lésbicas masculinizadas por ser totalmente feminina. Eu não quis parecer refletindo em um momento como aquele, com pessoas novas ao nosso redor, sendo que ela acabara de me contar seu maior segredo, eu não sei o que podia parecer... Que eu a estava julgando ou sei lá o que. Então tentei deixar fluir nossa noite como se nada tivesse acontecido.


Quando ficamos sozinhas na nossa mesa de novo, toquei no assunto, só por curiosidade. Perguntei se ela e a namorada já tinham transado e como era. Ela ficou vermelha ao dizer que sim e me contou pouquíssimas coisas. Perguntei que tipo de mulher a atraía e quando ela tinha descoberto isso e quem mais sabia. Não me respondeu a primeira pergunta e disse que eu era a primeira das amigas, mas os dois irmãos e uma irmã dela já sabiam por que ela contou. E que tinha descoberto quando nós saíamos e ficávamos paquerando os meninos e ela não sentia nada de mais, mas olhava para uma ou outra mulher e sentia alguma coisa. Senti um pouco de culpa e pedi desculpas para ela por ter pressionado nossa adolescência inteira para ela ficar os caras, ela começou a gargalhar e disse que não tinha nada a ver.


A noite foi passando e conversamos sobre muitas outras coisas, nos começos de anos as pessoas somem um pouco até tudo voltar ao normal, por causa das férias, e nós tínhamos uma férias inteira para contar para outra. Eu conheci um menino lá no bar e acabei ficando com ele e ela ficou – conversando e bebendo – com o amigo dele que queria beijá-la. Dançamos, conversamos e bebemos mais até acabar o pique.


No fim da noite, a levei para casa, mas estava bêbada o bastante para começar a chorar antes de sair do carro. Lamentando ter contato toda a verdade, mas afirmando que só lamentava porque estava bêbada por que ela disse que confia muito em mim, chorava e ria ao mesmo tempo. Nós já tínhamos passado por isso diversas vezes e emoções a flor da pele era nossa sensação preferida. Ela me pediu para não contar para ninguém – como se precisasse pedir – e me abraçou, disse que me amava como sempre amou e que eu era uma grande amiga, mas estava com medo de nossa amizade acabar por ter me contado a verdade.


Eu não sei onde eu estava com a cabeça, mas a única coisa que eu pensei quando ela me disse que estava com medo de tudo mudar, foi dar um beijo nela. Eu nunca tive dúvidas sobre minha opção sexual, mas foi a única coisa que passou pela minha cabeça, como amiga. Eu a afastei do abraço e segurei a cabeça dela com as mãos, assim como os meninos fazem comigo, aproximei meus lábios da boca dela e ela perguntou o que eu estava fazendo, disse que era nosso pacto de amizade para sempre e a beijei. Foi o meu primeiro e não ia ter como eu esquecê-la jamais.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Verdade Inútil

Tudo o que acontece comigo, nas minhas relações com o sexo oposto, é só diversão. É muito fácil não sentir nada por alguém com quem você se diverte e dorme se essa pessoa for algum amigo seu. O que, na verdade, é bem mais fácil do que fazer isso com algum desconhecido.


Aquelas amizades coloridas, eu estou querendo dizer. Sempre tive mais amizade de homens do que de mulheres. Não vou dizer que isso nunca me prejudicou, mas nada que me tenha enfraquecido ou qualquer coisa do tipo.


O meu único problema é que os meninos são sempre crianças, até mesmo se eles forem mais velhos. E atitudes de meninos são sempre incoerentes. Eu queria que todos os meninos entendessem o que acontece quando eu fico com eles e que não vai ser uma noite que vai nos ligar para o todo o sempre – isso, alguns não entendem.


Um filho talvez ligasse. Ou um amor verdadeiro também. Uma amizade forte, muito mais. Mas uma noite – ou tarde, ou manhã –... Não. Mas os meninos nunca entendem... Não que eu faça questão de manter contato e eles ao contrário, afastar. Mas eu nunca forço nada, então, não precisam fugir tanto como sempre fazem.


Quando penso nos casinhos que eu já tive e dos grandes casos de amor, consigo separá-los totalmente, não confundindo sentimento algum em nenhum momento. Nem nos momento que eu peço para me amarem, de verdade, por uma noite. É só uma. Sério.


E também tem o preconceito, ainda! O que é pior, por que um homem pode ficar com quem quiser e fazer o que quiser que não precisa ser julgado como “não-sério” e a mulher que faz o que quiser é tida como “não-séria” e os meninos as julgam inapropriada para um relacionamento sério. Mas, para esses meninos eu dou graças a Deus por não fazer o tipo deles e continuam achando que estão ME fazendo um favor. Hahahahaha





quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Inversão de acontecimentos



- Vou ao banheiro, você me espera, linda?


- Claro, mas só se você me der um beijo.


E foi assim o primeiro beijo dos dois quase apaixonados, depois de uma noite inteira de 'amor'. Ela se deitou, nua, de barriga para baixo, abraçando o travesseiro e pensando no futuro dos dois: a manhã seguinte.




(a autora é a favor do eterno enquanto dura ou duro.)

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Já parou pra pensar nisso?

Eu estava imaginando sobre o que escrever, então comecei a reparar nas pessoas em minha volta e, mesmo que minha obsessão por sexo tenha diminuído, meu assunto preferido continua sendo esse, ainda mais numa aula de biologia (assunto: reprodução).


Ao reparar nas pessoas, comecei a pensar em como seria suas vidas sexuais, como será que se comportam ou ainda, será que são sexualmente ativos?


Olhando para frente, vejo meu professor. Ao pensar nele fazendo amor com sua “senhora” prefiro parar com isso de uma vez. Se eu não gosto nem de ver na televisão Suzana Vieira beijando José Wilker, imagina pensar no meu professor e sua esposa fazendo amor? Não. Esquece. Não vou imaginar.


Vou falar sobre jovens por que jovem que faz sexo gostoso. É claro que jovens da minha idade não são tão experientes e estão apenas aprendendo e com isso não fazem aquele sexo estilo filme erótico. Para mim, quando eu chegar ao auge da vida sexual, estarei fazendo a la Angelina Jolie e Brad Pitt. Sensual. Muito sensual. Espero chegar nesse estágio.


Bem ao meu lado senta uma moça quieta e séria, nenhuma característica para dizer que ela é feia e nenhuma para dizer que é bonita. Não é nenhum “mulherão” nem nada. É quieta e tem cara de tonta, e as tontas, vocês sabem, costumam ser as mais safadas. Ela deve ser dessas que têm namorado e fazem de tudo com eles. Rapidinhas, demoradas e por todas as cavidades, pelo simples motivo de ela ter cara de tonta.


Do outro lado há um cara que só reparei nele hoje, nem sei por que. Ele é bonitinho e canhoto, mas nada de especial, na verdade, o estilo de mulher para ele deve ser aquelas loirinhas magrinhas sem peito sem bunda e sem barriga também, para ele não perder a respiração quando ela ficar por cima dele, por que ele é muito magro. Tem cara de quem abre o zíper abaixa um pouquinho a calça e depois que ele se satisfaz, manda a moça embora. Cruz credo. Coitada das moças com quem ele sai.


Um pouquinho pro lado esquerdo há uma menina descolada, de cabelos lisos e pretos, magrinha e unhas vermelhas. Eu tenho certa pena dela, por causa da forma que enxergo sua vida sentimental, só de olhar pra ela e ver sua beleza imagino: bonita. Chama atenção. Homens olham. Homens cachorros olham. Ela escolhe os homens cachorros que se fazem passar por homens bonzinhos e ela acaba sofrendo tanto quanto os eleitores do Brasil que se iludem com novas promessas. No caso de ela conseguir um cara legal para “se entregar”, deve ser muito boa mesmo, por que ela é toda “boazuda” e poderosa, de estar perto do sexo perfeito a la Angie e Brad.E também tem a parte que os meninos tentam fazer um bom trabalho por que ela é muito bonita e os homens tentam impressioná-la. Portanto, sorte dela.


Um pouco mais pra trás de mim, tem um cidadão muito bonito, muito alto, muito diferente, muito tatuado e muito alargado, muito “não faz meu estilo”, entretanto faz o estilo de várias menininhas da classe, levando em consideração que ele está sempre no meio de várias delas, mas tem cara de ser o tipo adulto que não tem tempo para nada. Deve levar as meninas no seu Uno em um lugar escuro e seguro, fazem rapidamente e então colocam a roupa e vão embora. Noutro dia até liga de volta, mas não para eles saírem de novo, mas pra ver se ela já tomou a pílula do dia seguinte.


Um pouco mais pro fundo da classe, uma beleza excêntrica me chamou atenção desde o inicio das aulas, mas só um pouco por que ela é de uma mulher. Estilo relax de ser e não consigo olhar para ela e não julgá-la: deve ser daquelas que conhecem o cara numa noite, papo vai, papo vem e bebem todas e a noite inteira, vão para algum lugar e acordam depois de ter feito loucuras à noite!


Outra vítima é uma garota que não me agrada, e eu odeio gente que não me agrada por que eu sempre acerto quando não gosto. Ela deve ter 17 ou 18 anos, no máximo, mas estando de pé na frente da sala parece um objeto numa vitrine que cumprimenta todos os meninos com aqueles beijos nojentos e melados, fica chamando atenção o tempo inteiro, sempre faz algum comentário para se sentir mais adulta, descolada, gostosona. Deve ser ou muito dada ou muito necessitada. Ela é muito criança para ter uma vida sexual legal, portanto acho que ela é muito tonta.


E finalmente - por que não quero ficar julgando todo mundo da classe – vou julgar o carinha mais lindo que tem na classe, e como ele é sempre reparado por mim, eu já pensei muitas vezes na vida sexual dele. Pode ser que ele seja daqueles heart breaker por que ficar com um cara desses, bonito dessa maneira, deve ter muitas meninas na fila e para nenhuma ficar com ciúme, tem que ficar com todas elas, cada uma na sua vez. E ficar com um cara desses não é só ESTAR COM ELE, deve ser uma espécie de nascimento: só acontece uma vez na vida e é a melhor coisa que acontece com você.


Fico imaginando como seria uma saída com ele. Ele me leva pra comer uma pizza, conversamos, ele me leva para casa dele, onde ele mora sozinho – hipoteticamente, estamos na minha imaginação – e me chama para entrar, começamos a nos beijar no sofá da sala, com o canal de música ligado, depois ele me leva para o quarto, me toca como se eu fosse virgem e então fazemos amor com toda paixão e carinho que só um homem como ele pode fazer. Deve ser também dos que fazem mais de uma vez, aliás, a noite inteira, até a moça pedir para parar. E depois fica olhando para cima brisando olhando os faróis do carro que ficam refletindo no teto. E depois não liga de volta... Só por MSN, talvez. Na escola também um oi tímido.


Melhor parar de julgar, Minha meta nisso tudo é só julgar, mas julgar no meu ponto de vista, então é melhor parar se não eu não vou conseguir nunca ficar com o menino pra saber como ele age mesmo na hora H.